terça-feira, 21 de abril de 2009

FALTA DE VERGONHA NA CARA
Dengue: não há vagas suficientes de UTI para casos graves em criançasPublicada em 08/03/2008 às 18h04mMaria Elisa Alves - O Globo

RIO - A mudança no perfil da dengue, que este ano começou a atacar de forma mais agressiva crianças e adolescentes, está provocando um outro problema: faltam leitos de UTI pediátrica para atender aos casos mais graves da doença. A rede estadual, por exemplo, só tem 13 vagas, todas no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. Para dar conta da demanda, está sendo obrigada a alugar leitos em hospitais particulares ou federais. Já foram feitos convênios com três unidades, garantindo mais onze vagas.

O Estado também pretende abrir, daqui a no máximo uma semana, mais 15 leitos próprios. Mesmo assim, ainda faltarão lugares para acomodar as pequenas vítimas do Aedes aegypti. Das 24 mortes registradas no Rio até agora, 12 são de crianças e adolescentes.

Há déficit de médicos e de enfermeirosSegundo o superintendente da Rede Própria da Secretaria estadual de Saúde, Carlos Edson Martins, a oferta de leitos pediátricos é pequena, e ficou pior ainda com a dengue:

- O ideal seria alugarmos 20 leitos na rede privada, mas só conseguimos onze porque os hospitais particulares também estão com dificuldades para acomodar seus pacientes. Além disso, nem todos aceitam alugar vagas na UTI. Não podemos obrigá-los - diz.

Como se não bastasse o déficit de leitos, o Estado ainda enfrenta outra dificuldade: faltam profissionais especializados em cuidados intensivos pediátricos para trabalhar nos novos locais.

- Estamos recrutando 21 médicos, 21 enfermeiros e 60 técnicos em enfermagem especializados em UTI pediátrica. É uma contratação emergencial. Quem tiver esse perfil, pode procurar a direção do Hospital Pedro II, onde abriremos dez leitos - diz Martins.

Desde o início do ano, já foram internadas com dengue 963 pessoas, sendo mais da metade crianças e adolescentes (498). Segundo cálculos de médicos, quase 20% desses pacientes passaram por UTI.

No município do Rio, onde já morreram 11 crianças e adolescentes desde o início do ano, há 46 leitos de UTI infantil, quantidade que a Secretaria municipal de Saúde diz ser suficiente.

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